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quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Sinos da Sé voltam a funcionar. E com música!

Agora, além das badaladas, será possível programar canções em intervalos regulares
Vitor Hugo Brandalise - O Estado de S.Paulo

Depois de cinco anos em silêncio, os 61 sinos da Catedral da Sé, no centro, voltarão a soar juntos. O maior carrilhão de sinos da América Latina está em fase final de restauro e será reinaugurado em 16 de dezembro. Com uma novidade: pela primeira vez, os sinos terão sistema automático de programação musical. Será possível programar músicas com as badaladas, que tocarão automaticamente em intervalos regulares.



Potência. Sinos foram escovados e receberam camada de óleo: badaladas a 2 km de distância.

Antes do restauro, que começou em setembro, apenas um dos sinos principais anunciava o início das missas - os outros, com problemas nos motores de acionamento, só funcionavam manualmente. Agora, todo o carrilhão voltará a badalar, com a inédita possibilidade de programação musical.

A Catedral já definiu as melodias programadas para brindar os fiéis: serão três sessões diárias de Ave Maria, tocadas às 6 horas, ao meio-dia e às 18 horas. Durará 1,5 minuto e poderá ser ouvida, segundo estimativa da Fundição Artística Paulistana, responsável pelo restauro, "ao menos até o fim da praça".

Às 9 e às 15 horas, outras duas sessões de músicas religiosas serão realizadas - o repertório está sendo definido, mas deve contar com clássicos das missas, como Viva a Mãe de Deus e a Nossa, Coração Santo e Maria de Nazaré. Na primeira semana de funcionamento, por ser época de Natal, canções como Noite Feliz e Jingle Bells também estão previstas.

"O som dos sinos representa a voz dos anjos chamando os fiéis para a igreja, lembrando-os da existência do Senhor. Por isso a importância de termos todo o carrilhão funcionando, em alto e bom som", disse o cura da Catedral da Sé, padre Walter Caldeira. O organista oficial da Catedral também poderá tocar sinfonias de sinos em um teclado, instalado no coro da igreja.

Com os 61 sinos funcionando novamente, o som das badaladas poderá ser ouvido a até 2 quilômetros - nos últimos anos, com apenas um sino, o som não ultrapassava 500 metros. O restauro custou R$ 80 mil e foi patrocinado pelo Grupo Comolatti, do setor de autopeças. "Apenas para levar a água do térreo até o patamar dos sinos demoramos quatro dias. O desafio de limpar peças enormes penduradas em estrutura de madeira também foi grande para os técnicos", disse Marcelo Angeli, da Fundição Artística Paulista.

Depois de lavados, os sinos - distribuídos em três patamares a até 75 metros do solo, com pesos que variam entre 2 quilos e 4,7 toneladas - foram escovados e revestidos com 2 litros e meio de óleo de peroba.

Restauro. Trazidos da Holanda em 1958, quatro anos depois da inauguração da Catedral, em 25 de janeiro de 1954, os sinos já passaram por restauro outras duas vezes: numa reforma em 1980 e no restauro do templo todo, entre 1999 e 2002. "Buscamos autorização para tocar os sinos de hora em hora, como antigamente", disse o padre Walter. Também será assinado um contrato de manutenção dos sinos.

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